Os relacionamentos já não são como os de outrora.
Hoje em dia, um individuo que não seja bissexual é quase apontado como um erro evolutivo. Alguma coisa falhou para não se ter dado o upgrade.
Está na moda ser-se bi. Yeahhh baby, dupla possibilidade de engatar, quem é que não quer? É quase como que uma desculpa para a promiscuidade a que cada um se sente obrigado. Sejamos bissexuais e poderemos foder o quanto quisermos sem ter que dar satisfações e sem correr o risco de ficar com a mala à porta de casa.
– Eu sou assim mesmo, bi, é a minha natureza. Não há como me controlar! – dizem eles, à boca cheia.
Tenho uma amiga hetero que se envolveu com um gajo bi e eu bem sei a puta da loucura que aquilo tem sido!
Mas depois, tem o outro lado. Para além de o partilhar com outro homem, completamente doido por sinal (personagem daquelas das novelas), vê-se envolvida em tramas cheias de drama e de confusões que ninguém merece. Até mesmo para ela, que até aceita a relação a 3, a coisa tem dias que fede mesmo.
A ultima proeza do rapaz é digna de um prémio da academia, ainda por categorizar. Depois de uns 5 dias sem lhe dizer nada, liga-lhe:
– Tu tás chateada comigo não é?
E a minha amiga, ingénua que só, respondeu-lhe que achava ser o contrário já que tinha sido ele a não dar noticias.
– Estás chateada comigo sim, a outra já te deve ter contado que mudei para a casa do A..
E assim cai uma bomba.
Ainda no mês passado, tinha-lhe prometido que até ao final do ano estaria livre do outro. Ela que ficasse descansada porque os planos de ambos seriam realizados a partir daí. Em vez disso, e duma hora para a outra, foi viver com ele!
Que se lixe a puta da loucura! Puta que o pariu, mas é, a ele!
Bro,
O tema tem, quase literalmente, necessidade de pano para mangas.
Genuina por si só, e válida pela sua autenticidade, a bissexualidade não é um monstro. Não mais do que a heterossexualidade, ou do que a homossexualidade. Desconfio, porém, que muitas alminhas pouco corajosas se refugiem na bissexualidade como meio termo mais ou menos aceitável que lhes permite introduzir o assunto da homossexualidade gradualmente… para que a ferida nos outros seja infligida com o mínimo de dor possível.
Nenhum Homem é uma ilha e todos nós sentimos necessidade de acolher em nós a aceitação do outro. Porém, esta aceitação muitas vezes é conseguida à margem de nós próprios.
Seja como for, estes são, à luz do tema que desenvolves, outros quinhentos.
Independentemente da orientação sexual de cada um, é um facto inegável que, quando cada um quer, cada um mente, cada um se acobarda, cada um deixa nas mãos do outro a culpa que também é sua.
Acreditar que um gajo vai trocar outrO por mim é tão escusatório como acreditar que um gajo vai trocar outrA por mim. A bissexualidade aqui, no seio da traição, é quase irrelevante, a meu ver.
Não caberá a todos nós, em plena consciência do mundo em que estamos inseridos, procurar as nossas próprias defesas para potenciais delitos, mais do que procurar culpas externas que, no fundo, e por muito que possam explicar uma determinada dor, não ilibam o/a próprio/a das decisões tomadas por ele/a mesmo/a?
Acreditar em alguém é apenas isso: acreditar. Não é de todo, nem inevitavelmente, fazer da crença uma categórica verdade, esquecendo que nos outros encontramos as mesmas fraquezas que em nós próprios.
Não estará o sabor da vida provável precisamente no reconhecimento que ela é feita por nós também, e não apenas pelos outros?
bro,
A bissexualidade não é, certamente, um monstro! Que hipocrisia seria a minha se assim a tratasse? Não, de todo.
Aqui a questão fulcral é baseada em dois pontos:
– o incumprimento associado ao compromisso, ainda que para uma relação a 3;
– o refugio na bissexualidade como desculpa para os erros continuados, os que já aconteceram e os que ainda estão para vir (porque eles continuaram a aparecer).
Faço uma analogia.
Vamos pensar na relação que existe entre mim e o nosso governo, por sua vez relacionado com uma grande empresa com fundos aplicados em off-shore.
O governo aumenta-me os imposto e eu comprometo-me a pagar cada tostão a mais no intuito de um futuro mais risonho. Por outro lado, porém, nada é cobrado sobre os milhões que a empresa tem aplicados lá fora. A ideia era todos pagarem, de igual forma.
Eu aceito esta relação a 3, mas dêem-me razões para acreditar nela e para querer mantê-la. Não quero ser o trouxa, mais um elemento do povo que lava no rio que continua a ser enganado por um governo que só sabe fazer isso, ainda que o compromisso fosse outro.
rapaz,
entendo. os pontos de vista são sempre diferentes, porque vemos as coisas a partir de localizações distintas.
eu não me quis armar em caçador de bruxas. apenas vi a coisa por um prisma que me fez lembrar um pouco as histórias do coitadinho.
cada um saberá com que linhas se alinhava. qualquer comentário exterior será sempre tendencioso e arriscado.
truce?
Truce?
Quererias dizer trusse? Cueca de homem?
bro, desculpa mas não consegui chegar lá…
Peço a ajuda do público, please!
truce as in tréguas, melher.
O “açoriano” ainda me faz alguma confusão no ouvido, basta ter bebido um copo a mais…
olhamesse,
a confundir inglês com açoriano… pfuuuuu.
bro,
não me vais dizer que Deus não é Deus, pois não?
Bom, vamos lá ver se nos entendemos!!!
ooooops…
it appears that I have indadvertedly touched on your wound.
very sorry, man.
vamos fazer de conta que nada se passou.
Como poderei ajudar alguém a encontrar o caminho, como eu o encontrei, se o pastor que guia as ovelhas só é visível para mim?
serão necessários óculos 3d para o vermos?
Desses, apesar de serem do chinês, já tenho uns quantos e mesmo assim…
Não é por aí bro. Estou é a precisar de voltar ao Centro Espirita do Pai João do Dafundo para surgir como um novo homem!
queres música e cenário de fundo para o “surgimento”?
toma: http://www.youtube.com/watch?v=aO4K0Fs6i0s
de nada, amigo. de nada.
Quanta bondade junta bro, até se me arrepia a pele com toda essa generosidade!!!